terça-feira, 29 de dezembro de 2009


Caros amigos e leitores coincidência ou não no final de 2009 cerca de oito pessoas me pararam preocupadas com meu “Blog de Poesias”. Não posso dizer que fiquei puto, pois puto não é a palavra apropriada, deveria se criar um novo verbete para minha sensação. Esse blog é livre para que eu possa publicar letras de musicas, letras sem musicas, pensamentos, crônicas e até poemas. Não sou poeta e por mais que goste escrever versos, acho a poesia atual cópia da cópia da cópia dos verdadeiros mestres. O pior é que normalmente são cópias mal feitas. Passeio pelas livrarias, compro uma coisa ou outra, vejo na net e pouquíssimas coisas salvam. A poesia já não atinge o grande público, pois tem como um dos motivos o fato de viver do que já foi feito. É fato que não falo de mestres como Ferreira Gullar, falo justamente da uma geração que se acha muito criativa e infelizmente está brincando de Vinícius de Moraes. Antes que me atirem pedras quero dizer que existe ainda quem se salve da mesmice, mas é agulha no palheiro.


Peguei nas cordas do meu cavaquinho e fui lhe fazer um carinho
Cantarolei uma doce melodia e você me disse que era linda poesia
Foi então que vi nada entendia pois os meus versos eram de ironia
E a música arrumava um jeitinho de desmanchar todo seu versinho

Expliquei e então torceu o nariz no refrão porque havia um sujo palavrão
E disse que toda aquela parte antes bela estava lhe parecendo uma merda
E com uma seta rabiscou dando um alerta para o que seria a coisa certa
As dissonâncias assim se vão e se não for pra criar confusão...
Para que compor então?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

É tempo de mudar





É tempo de mudar

De respirar novos ares

De seguir os balões no ar

De nova esperança em suas frases



É tempo de virar a página desse caderno

E de reler O Pequeno Príncipe

De esquecer todos seus defeitos

Do adendo dentro da sua índole



É a Autobiografia da Fé

Da estrelinha dourada que morreu

Do soneto do amor vazio

Deixar para trás tudo que se fudeu



É o momento de ser espoleta

E viver sem a obrigação do obrigado

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três

E o instante será meu e de vocês



A vida é poema e não dilema

A vida é obscena e não problema

Aprenda que métrica é fundamental na geometria

E que ter sagacidade que é fundamental na poesia.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Balão




Um

Poema

Feito só para ser

Teorema para esse viver

Para tocar as estrelas e sair do chão

Flutuar feliz colorindo toda e qualquer visão

Simples tal qual um balão, japonês em noite de São João

Desconexo e conectado! Côncavo e convexo! Perplexo, mas atento!

Visto e vendo, pobre não me vendo! Sendo atentado pela multidão

O coração é a bucha do meu balão e queima sem perdão

Será memória póstuma sempre uma pura lição

Para gente hipócrita que é só o bufão

Acha que é Rei, tenho dó

Para fim desse nó?

Poema




















quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O caderno da capa verde


Indico aos meus queridos amigos e leitores a visita ao blog http://www.cadernodacapaverde.blogspot.com/ . Não porque conheço o dono do blog, pois tem muita porcaria de gente que conheço na net, indico porque acho que quem gosta daqui certamente gostará de lá.


Achei um caderno e resolvi abrir
Tinha um bocado de letras a sorrir
Eram escritos belos e pueris
Cheio de sonhos tenros e infantis

Achei outra coisa perdida entre os versos
Um vestígio de poeta bem esperto
Passeava por Vinícius, Neruda lado a lado
E buscava mesmo um tal de Flávio Morgado


Esse último hoje se encontra um jovem poeta
Amadurecendo aos poucos, mas na hora certa
O certo é certo certamente até certa hora
Que amadureça sem perder o morgado de outrora


É certo que aparecerão os críticos puristas
Achando que bons poetas são aqueles das revistas
Sem perceber que a graça da vida está no passar dos anos
E o mais gostoso de errar é se sentir humano


Fecho o Caderno com uma bela gargalhada
Desse poeta admiro mais que os versos, a garra
Eu não sou poeta, não fui nem quero ser
É verde meu desejo de só viver.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Por Amor


Amar é preciso coragem de Leão
Só um louco para não reconhecer
Ele traduz a vida em forma de canção
Mostrando ainda que vale a pena viver

Meus gametas um dia te dirão
O que fui, o que sou e o que vou ser
Reflexo e espelho desse meu cordão
Carnavalizados em um momento de prazer

Vale a pena viver então?
Isso ainda não sei te responder
Mergulhemos os dois nesse mar pagão
Que um dia validaremos esse viver

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Eu sei que sou cheio de defeitos


A coisa mais difícil é homenagear pessoas especiais. Pelo menos para mim, quanto mais se ama, mais eu me cobro em relação ao que escrevo. Talvez por isso nunca fiz um poema dedicado só para minha filha. Esse escrito dedico a minha Carol, não uma Carol qualquer, mas a mulher que considero ser um pedaço de mim. Não sei se é bem um poema ou uma letra de música. Na verdade sinto como algo entre os dois, algo único, como meu sentimento por ela. Termino agradecendo aos céus por ter esse amor em meu peito, pois ele que me move.


Eu sei que sou cheio de defeitos
Eu talvez não seja do jeito que você sonhou
Nos caminhos incertos da vida
Seguimos a trilha que o Mestre mandou
E nessa estrada, por vezes ensolarada,
E outrora escura onde a lua minguou
Fui escolhido para viver contigo
Sou aquele por quem você se apaixonou

Já você...é do jeitinho que eu sempre sonhei
Percebi logo e me apaixonei
Viver para sempre eterno amor
Já procurei palavras para te descrever
Imagens que me remetam a você
Inutilmente, pois desvaneceu, se dissipou
Sempre disse para ser mais você
E então numa noite contemplando seu ser
Carinhosamente te chamei...minha flor

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Pequeno príncipe


Novo visual no blog feito para coroar uma nova fase e receber essa poesia que fiz com tanto carinho. Adoro esses azulejos e esse clima de bar e subúrbio! O blog que já tinha minha alma e enfim está também com a minha cara!
Devo isso ao artista e compositor "Netinho da Mangueira", grande amigo e grande artista. E essa nova poesia é um presente a todos que constantemente podem repetir: "A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida". Tal frase do poetinha define muitos momentos na nossa vida. Hoje ela sai de mim com um prazer enorme quando lembro de outro amigo no qual pude construir uma grande amizade por conta de diversas afinidades. Receba esse humilde agrado Flavio Morgado, o Pequeno Príncipe da nossa poesia!


 

Pensava que humanidade tinha cheiro de cocô

Quando minha nave louca enguiçou no céu

Tive certeza que a vida era um horror

Resolvi relaxar assobiando um samba de Noel

 
 

Comecei a viajar nas minhas esquisitices

Fazer versos sempre foi minha peraltice

E apareceu um parceiro pondo dedo em riste

Muito prazer Rodrigo! Eu sou o Pequeno Príncipe!

 
 

Sua presença coloriu todas as rimas

E eu perdido, totalmente solto ao léu

Ele disse que veio de Brás de pina

 Rumo ao Bairro da Princesa Isabel

 
 

Estranho observar um Príncipe tão pequeno

De talento grande e olhar calmo e sereno

Falávamos do poetinha e do outro poeta chileno

Ele também tinha provado da poesia todo seu veneno

 
 

Colocou-me de volta ao rumo do amor

Mostrou que nem tudo na vida é fel

Hoje neste poema exalto com louvor

O PEQUENO PRÍNCIPE de Vila Isabel


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adendo




Poesia escrita em homenagem ao majestoso poema Autopsicografia de Fernando Pessoa. Trata-se de uma singela homenagem de um entre muitos que admiram esse gênio da literatura Portuguesa.



Autopsicografia
(Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

 
Adendo
(Rodrigo Braga)
O Comboio de cordas é tão intenso
Por dizer o que calo, por dizer o que penso
Reconheço-me um fingidor e portanto
Vou do finjo que finjo ao fingir de Fernando

 
E o que vale mais a pena de se ver?
A dor que se escreve ou a dor que se crê?
É tão mais cômodo ao poeta
Deixar a dor para quem for ler

 
Não importa o que sou ou o que pareço ser
O que queremos é tocar, é entreter
Pois o escrito para ser bonito
Tem que ser sofrido mesmo sem doer

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nova Esperança


Este poema nasceu ao ler uma obra de Flávio Morgado intitulada “A Cada Esperança”. Um poema lindo e melancólico que chega a lembrar alguns momentos do mestre Drummond. Versos como: “Não há nada neste mundo/Que não se vá, que não tenha um fim/Desde o sol que brilhante se põe/E mais tarde se deita ao mundo// E empalidece, ao fim, sem fim.” Versos de uma beleza impossível de passarmos impune, sem esboçar uma reação, nesse caso uma resposta. Mas como normalmente as musas inspiradoras são mais gostosas do que as obras inspiradas (Existem até exceções como “Garota de Ipanema”!)... No final enxergo obra e musa reproduzindo um momento meu. Resultando em uma brincadeirinha sobre um poema espetacular que termina dizendo: “A cada porta, um amor// A cada amor, uma vida”.

A

História

Sempre ensinou

A ver toda trajetória

A cada amor um poema!

Sou poeta e nasci só para amar

Atrás do poente! Como uma...Flecha

Tenho quatro fases como a lua afinal sou poeta

Nem tudo na vida tem aquele fim

A verdade é que a verdade é uma porta

Que me engana, me explana e mente para mim

Parece esconder-me o fato que não acaba e sim transforma

Todo bom poeta consegue ver belezas onde não existe afinal!

Na dor, na tristeza, na certeza, no bem e no mal

Confunde a natureza e cria seu carnaval

Muda as rimas e cria coisa e tal

Nada empalidece facilmente e isso posso afirmar

As lagrimas que caem sempre vão secar!

Os quartetos escritos vão mudar

E vigorar novo ciclo um dia

Concreto nessa vida

Somente essa

Poesia

!



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Autobiografia


Se eu te encanto quando canto não é proposital

Choro tanto que meu pranto vem em nota musical

Minha rima é quem me guia sem saber por onde vou

É minha sina e me ensina a entender o que eu sou


 

Ah...meu amigo, minha amiga, minha irmã

Se minha voz chega a seu peito que chegue feito um talismã

Tão sagrado e profano como meu jeito de amar

E apesar dos desenganos sigo um pássaro a cantar


 

Se tenho sede ou tenho fome são coisas muito pessoais

Às vezes esqueço até meu nome e surgem frases musicais

Vida vindo em poesia se fundindo com o som

Vou da tristeza a alegria com o samba que é meu chão


 

Ah...meu amigo, minha amiga, minha irmã

Se minha voz chega a seu peito que chegue feito um talismã

Tão sagrado e profano como meu jeito de amar

E apesar dos desenganos sigo um pássaro a cantar


sexta-feira, 18 de setembro de 2009


Eu queria muito acreditar na fé

Fazer dela minha parceira contra os deslizes desse mundo

Que Deus ou os santos pudessem me socorrer

Mas a fé me fez triste e moribundo


 

Queria a mágica do instante da oração

Aquele momento sublime onde tudo é possível

Onde se une força, palavras e canção

Em um gesto de amor mais que magnífico


 

Acontece que nas voltas do viver

Não existe volta para o pueril pedir

E você envelhece esperando acontecer

E então a fé antes forte vai ruir


 

Mas tem uma fé boa de crer

Nela não existe desencanto

Absoluto retorno você vê

Sem ter que acender vela para o santo


 

A cachaça guarde para tristeza

A cerveja para as boas companhias

Os champagnes para os momentos de beleza

Ou inverta tudo! Seja por dor ou alegria.


 

Revelo agora empunhando um megafone

Todos juntos em uma só religião

Bem aventurados todos os homens    

De fé na VIDA e amor no coração



domingo, 13 de setembro de 2009

Estrelinha dourada



Eu vi uma estrelinha no céu
Uma estrelinha cadente e dourada
Só queria ser feliz e mais nada
Passava e deixava o doce do mel

Uma dourada estrelinha carente
Ofuscava as entrelinhas do céu
Há, entretanto quem se enjoe com o mel
E critica quando ela passa tão contente

O mel adoça, enjoa, mas também cura
Ela passa, faz pirraça e para alguns incomoda
Mas se some, deixa a gente louca a sua procura
Será que foi sonho? Sonhar com estrelas está tão fora de moda...

Ah ...estrelinha dourada do céu, com gosto de mel, cadente e carente
Cheia de graça, pirraça, dourada cura logo a minha procura
Saiba que quando passa assim do nada, deixa minha alma inebriada
E eu fico tão feliz, pois só você faz minha vida tão contente

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Espoleta


Este poema vai para a infância de minha mãe e minhas tias na Fazenda Jardim, para minha saudosa avó que tinha nome de flor: Margarida. Para querida dinha Maria, para Clarinha , Camila, Lygioca e Larissa que é a dona das estrelinhas. Quero homenagear também Elizângela, Erica, Mayara, meus irmãos e todos que me fizeram e fazem uma criança feliz.



Estrela, estrelinha compra um pouco de farinha
pra menina bonitinha fazer bagunça na cozinha
Enlouquecendo sua dindinha

Mostra a cotovia pede um pouco de alegria
Se lambuza na ambruzia que fez Dinha Maria
E anima logo esse meu dia

A criança inocente que me deixa tão contente
Mente que nem sente quando conta aqui pra gente
Como arrebentou o seu pingente

E o sol quente que me cansa no batente
Faz-se indiferente quando bato bem de frente
Com ela sorridente com espaço entre os dentes

Vou fazer um tê-rê-rê, depois vou me perder
Brincando de correr até anoitecer
pois quando amanhecer...Quero ser só como você.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Soneto do amor vazio


"...e sem saber que era nada, fiz meu tudo de você..."



E eu passei por você...lentamente...

E você... fingiu que não me viu

Olhou para o outro lado forçadamente

Desta vez nenhuma tristeza me invadiu



Lembrei do tempo em que mendigava sua atenção

Migalhas de sorriso, de afeto, de carinho

Como um esfomeado trancado na prisão

Ignorando seus desejos pobres e mesquinhos



Vi que também vives de migalhas dos que nunca te quiseram

Humilhante fim de festa para linda e louca princesa

Dona de castelos erguidos dentro da sua própria cabeça



Passei por você agradecendo o desajeitado desprezo

Depois então, olhou para trás transtornada e meio perdida

Também te olhava, pois sabia que era essa a nossa chula despedida

domingo, 6 de setembro de 2009

Obrigado


“Dedico esse poema a uma das pessoas mais lindas que conheço: minha querida amiga Ariana. Infelizmente nada que escreverei ficará a sua altura. Obrigado Pela sua lealdade, amizade e principalmente paciência.”



Fui agradecer a Deus por uma amizade
Mas ele não me respondeu
Gritava, clamava, berrava de verdade
Queria dizer obrigado por tudo que me deu

A ingratidão é coisa feia que abomino
Decepção para quem se doou
Presente é uma forma de carinho
Que deixa a gente feliz quando sabe que agradou

É momento fantástico, mágico, sublime
Quando se recebe tal agrado
Quem dá encanta-se com o sorriso
Que precede aquele lindo obrigado

E não é que o danado respondeu!
De um jeito um pouco diferente
Beijou nosso corpo com o vento
Em um dia lindo de sol quente

Entre, risos e confidências com minha amiga
Nem percebemos ele chegar
Veio de mansinho espionar nossa vida
Fazendo nosso corpo dourar

Não cabe maldade ou as coisas feias do mundo
Porque essa amizade nem dá pra muita coisa não
Já foi ocupado com um amor de irmão mais que profundo
Sem espaço para falsidade, sexo ou uma segunda intenção

Mas venho em forma de poema agradecer
A amizade pura que acabei de receber
No fundo somos apenas duas crianças
Esperando o momento certo de crescer

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três


Se alguém ainda pensa que é fácil
É a prova viva que vem pra dizer
Que o coração tem desejos contrários
Por isso quase sempre amar é sofrer

Existe quem não chore por ninguém
Brincando com sentimentos alheios
Uma hora o coração escreve o porém
E de doze para seis vira seus ponteiros

De espertos a tolos vão rapidamente
Quem entra nesse mundo de mistério
Fica sem chão, sem teto e sem mente
Do paraíso vai seguindo ao inferno

E aquelas que vivem em um mundo encantado
Esperando sempre um algo a mais, o porvir
Choram quando tudo deu errado
E o seu mundo antes belo vai ruir

Já que o amor cobra um alto preço
E acaba com a fé na vida e a razão
Estou procurando um velho leiloeiro
Que possa leiloar um fagueiro coração

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Toda vez que te vejo


Toda vez que te vejo
Toda vez que te vejo 
Você me impõe esse gracejo 
E me dá calor...e me dá medo 
É um solfejo matreiro esse teu cheiro 
Arrepia todos os meus pelos 
Mãos na nuca, entreabertos os dedos 
Dançando por teus cabelos 
Línguas e lábios vão compondo arpejos 
Enquanto eu te puxo e te pego de jeito 
Olho no olho, queixo no queixo 
Boca na boca, peito no seio 
É a música do desejo 
Toda vez que te vejo




sexta-feira, 7 de agosto de 2009

sexta-feira, 31 de julho de 2009

As Universidades



Bem, A palavra universidade nos faz pensar em muitos aspectos. Primeiro é importante frisar que a educação é algo sempre visto pelas esferas sociais elevadas como uma possibilidade de exclusão social. É óbvio que não por parte dos educadores, embora muitos sejam ainda elitistas e carregados de soberba, filhos de uma elite ou educados por ela e assim carreguem um ranço naturalmente embutido pela sua progenitora. Essa exclusão sempre ocorreu pelas classes elevadas que em sua maioria quase absoluta é muito bem escolarizada. Essa maioria sabe que a principal forma de ascensão de um indivíduo é o conhecimento adquirido em sua formação educacional, que têm o ensino médio e fundamental como base, mas sem dúvida o ensino superior como o diferencial. Uma democratização do ensino superior significa para eles uma divisão de uma fatia de um bolo que é dividido por gerações a apenas um pequeno grupo, em um caso de nepotismo constitucional que ocorre há tempos. A universidade e seus acadêmicos seriam os mais capacitados de serem as engrenagens capazes de modificar todo o mecanismo social e elitista que gere a sociedade brasileira.
Vale também lembrar que isto não é fácil, pois como percebemos em artigos e outras obras e ainda podemos observar no cotidiano, as questões que envolvem isso são muitas e todas possuem uma complexidade, a começar na esfera federal que sempre trabalhou para que educadores e educandos não cheguem ao real objetivo proposto pelas suas posições dentro da sociedade. Nos textos podemos observar um “certo cuidado” para a não democratização do ensino. Além de alguns acadêmicos cuja vaidade supera em muito o seu conhecimento, e fomentam uma exclusão cultural. Como se o conhecimento que adquiriram com muito esforço e dedicação, seja uma espécie de bibelô nutrido de um ciúme incontrolável. Observamos, por exemplo, nas discussões que alguns acadêmicos fazem ao programas de cotas (que realmente possui suas falhas), um discurso com base mais no preconceito que em fundamentos sociais ou técnicos.
É muito curioso o fato de hoje em dia termos as universidades particulares como principal elemento de democratização do ensino superior, fato ocorrido após a lei de Diretrizes e Bases do governo FHC. Uma mudança sem dúvida emergencial e benéfica, pois a democratização do ensino público não é algo fácil, embora devesse ser algo que ocorresse de forma natural, se observarmos o sentido da palavra PÚBLICA. Porém entregar a formação superior ao capital privado seja algo que deva sempre ser visto de forma cautelosa, afinal com dizia minha vovozinha: “O inferno está cheio de boas intenções”. Mas não sejamos inocentes o bastante de acharmos que isso só é culpa apenas do governo, os estudantes de instituições particulares são vistos como menos capazes pelos próprios estudantes e acadêmicos das instituições públicas, o que prova que existe acima de tudo uma barreira, um pensamento que a qualidade do educando se baseia apenas no peso que a sociedade faz do nome da instituição que ele cursa, uma espécie de roupa de grife que os fazem serem aceitos em certos círculos sociais e nesse caso com conseqüências profissionais. Esse comportamento deveria ser totalmente ignorado, pois os alunos e professores (em sua maioria) das matrizes de universidades públicas tratam com desdém os próprios alunos de seus campus mais distantes, ou alunos provenientes de cotas. Nesse panorama complexo (e com outros fatores não citados sobre a questão da universidade) é importante o professor e aluno terem cada qual a consciência necessária de seu real papel.
É fundamental que o professor nunca se esqueça de sua importância dentro da sociedade, onde ele não só passa conhecimento específico, como fomenta o próprio desejo de conhecimento em um aluno. Alunos formados ocuparão cada qual em sua área, um espaço importante na sociedade. Portanto a importância do educador nessa mesma sociedade está diretamente ligada a mudar os caminhos já percorridos ou então fortalecer os já existentes.
O aluno por sua vez deve encarar seu professor e a própria universidade como uma ferramenta de direcionamento educacional e ter a consciência que a qualidade de sua formação depende mais dele do que de qualquer outra coisa. Independente da instituição parece cada vez mais claro que o graduado não é meramente um mero produto de sua graduação. O aluno não pode contar apenas com o professor e a universidade para ter uma formação de qualidade. Um grande curso de graduação ultrapassa os muros universitários e se estende pelo resto da vida, muito além de obter um pedaço de papel chamado diploma. .
Talvez a principal mudança da educação no Brasil seja uma mudança na consciência de todas as pessoas que estão inseridas nela.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Samba Suburbano!!!!


Acreditamos que a cultura necessita mais de espaços democráticos de divulgação do que de incentivo, embora, incentivo seja sempre muito importante. Sabemos que a cultura está em cada cantinho desta cidade, deste Brasil, esperando abrirem-se janelas para que então não só se mostrem, mas saltem em novas direções onde se amalgamam continuamente. O Samba Suburbano surge na intenção de ser uma janela, que ao abrirmos veremos nós mesmos.

Vivemos em um país por natureza cultural. Do complexo do Alemão ao Candeal, de Chapecó, de Vigário Geral, de Itabuna, São Vicente, do Pantanal. Da Penha, da Lapa, de “Copa” ao Vidigal. Ouro Preto, Juiz de Fora, de Itabóca, de Natal.

Petrolina, Juazeiro, Porto-Alegre, de Sobral. De “Floripa”, Caicó, Rio Branco e de Manaus. De um “Centro”, Norte, Sul tudo bem paradoxal. Da linda Bahia e de uma São Paulo colossal. Do Nordeste ao Sudeste, interior a capital. Em um ciclo onde quarta-feira não termina o carnaval. No nosso Rio de Janeiro, eterna capital não federativa, mas incisiva e sobre tudo cultural.