Dia 2 de Fevereiro (dia de Iemanjá) nasce o Samba Suburbano, mais que a voz de um sambista, procura ser uma voz do Samba de Subúrbio Carioca. Sem rótulos ou clichês seguiremos nos expressando sem perder uma essência cultivada nas ruas de paralelepípedos. Que mamãe sereia nos abençoe nesse pedaço de terra abraçado pelo mar.
Bem, A palavra universidade nos faz pensar em muitos aspectos. Primeiro é importante frisar que a educação é algo sempre visto pelas esferas sociais elevadas como uma possibilidade de exclusão social. É óbvio que não por parte dos educadores, embora muitos sejam ainda elitistas e carregados de soberba, filhos de uma elite ou educados por ela e assim carreguem um ranço naturalmente embutido pela sua progenitora. Essa exclusão sempre ocorreu pelas classes elevadas que em sua maioria quase absoluta é muito bem escolarizada. Essa maioria sabe que a principal forma de ascensão de um indivíduo é o conhecimento adquirido em sua formação educacional, que têm o ensino médio e fundamental como base, mas sem dúvida o ensino superior como o diferencial. Uma democratização do ensino superior significa para eles uma divisão de uma fatia de um bolo que é dividido por gerações a apenas um pequeno grupo, em um caso de nepotismo constitucional que ocorre há tempos. A universidade e seus acadêmicos seriam os mais capacitados de serem as engrenagens capazes de modificar todo o mecanismo social e elitista que gere a sociedade brasileira. Vale também lembrar que isto não é fácil, pois como percebemos em artigos e outras obras e ainda podemos observar no cotidiano, as questões que envolvem isso são muitas e todas possuem uma complexidade, a começar na esfera federal que sempre trabalhou para que educadores e educandos não cheguem ao real objetivo proposto pelas suas posições dentro da sociedade. Nos textos podemos observar um “certo cuidado” para a não democratização do ensino. Além de alguns acadêmicos cuja vaidade supera em muito o seu conhecimento, e fomentam uma exclusão cultural. Como se o conhecimento que adquiriram com muito esforço e dedicação, seja uma espécie de bibelô nutrido de um ciúme incontrolável. Observamos, por exemplo, nas discussões que alguns acadêmicos fazem ao programas de cotas (que realmente possui suas falhas), um discurso com base mais no preconceito que em fundamentos sociais ou técnicos. É muito curioso o fato de hoje em dia termos as universidades particulares como principal elemento de democratização do ensino superior, fato ocorrido após a lei de Diretrizes e Bases do governo FHC. Uma mudança sem dúvida emergencial e benéfica, pois a democratização do ensino público não é algo fácil, embora devesse ser algo que ocorresse de forma natural, se observarmos o sentido da palavra PÚBLICA. Porém entregar a formação superior ao capital privado seja algo que deva sempre ser visto de forma cautelosa, afinal com dizia minha vovozinha: “O inferno está cheio de boas intenções”. Mas não sejamos inocentes o bastante de acharmos que isso só é culpa apenas do governo, os estudantes de instituições particulares são vistos como menos capazes pelos próprios estudantes e acadêmicos das instituições públicas, o que prova que existe acima de tudo uma barreira, um pensamento que a qualidade do educando se baseia apenas no peso que a sociedade faz do nome da instituição que ele cursa, uma espécie de roupa de grife que os fazem serem aceitos em certos círculos sociais e nesse caso com conseqüências profissionais. Esse comportamento deveria ser totalmente ignorado, pois os alunos e professores (em sua maioria) das matrizes de universidades públicas tratam com desdém os próprios alunos de seus campus mais distantes, ou alunos provenientes de cotas. Nesse panorama complexo (e com outros fatores não citados sobre a questão da universidade) é importante o professor e aluno terem cada qual a consciência necessária de seu real papel. É fundamental que o professor nunca se esqueça de sua importância dentro da sociedade, onde ele não só passa conhecimento específico, como fomenta o próprio desejo de conhecimento em um aluno. Alunos formados ocuparão cada qual em sua área, um espaço importante na sociedade. Portanto a importância do educador nessa mesma sociedade está diretamente ligada a mudar os caminhos já percorridos ou então fortalecer os já existentes. O aluno por sua vez deve encarar seu professor e a própria universidade como uma ferramenta de direcionamento educacional e ter a consciência que a qualidade de sua formação depende mais dele do que de qualquer outra coisa. Independente da instituição parece cada vez mais claro que o graduado não é meramente um mero produto de sua graduação. O aluno não pode contar apenas com o professor e a universidade para ter uma formação de qualidade. Um grande curso de graduação ultrapassa os muros universitários e se estende pelo resto da vida, muito além de obter um pedaço de papel chamado diploma. . Talvez a principal mudança da educação no Brasil seja uma mudança na consciência de todas as pessoas que estão inseridas nela.
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