domingo, 6 de junho de 2010

Liberdade

 O medo de ser livre é o que nos aprisiona todos os dias.
Vou me libertar e liberar meus versos.
Eles nem imaginam onde podem ir.
Saberão um dia, tenho certeza!
Receberão o habeas corpus do lirismo.
Serão como barcos à deriva...
Prontos para se entregar as correntes,
Norte, sul, leste, oeste...
Noroeste, sudeste, nordeste, sudoeste...

Ah não!

Sou réu do verso vilão!
E a rima sempre será minha doce prisão.

5 comentários:

Claudio Renato disse...

Libertas que serás também!

Flávio Morgado disse...

"A liberdade não tem qualquer valor se não inclui a liberdade de errar." Gandhi.
ou seria
"A verdadeira liberdade consiste somente em fazer o que devemos, sem sermos constrangidos a fazer o que não devemos." J. Edwards

Thiago Nogueira disse...

Rodrigo,

O ponto alto da sua postagem é, sem dúvida, a poesia que você escreveu. No entanto, o vídeo sobre o passáro que tinha medo de se lançar no desconhecido também é fenomenal. Infelizmente, não posso dizer o mesmo da explanação do professor Paulo Ghiraldelli Jr.

A liberdade não é a ausência de temores, mas sim a ausência de amarras. Há uma frase de Fernando Pessoa que ilustra muito bem o que acabo de dizer: "A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se você acha impossível viver só, é porque nasceste escravo".

O passáro sentiu medo de se aventurar no desconhecido preferindo enfrentar um futuro incongniscível em sua gaiola, mas isso não significa que ele tenha renunciado a sua liberdade.

Na realidade, o passáro renunciou apenas a dor e ao sofrimento de ser apanhado novamente. O que o fez ficar na gaiola não foi o medo de sair e voar, mas sim o medo de experimentar todas essas coisas e voltar a ser privado delas por um motivo maior do que ele próprio.

É normal ter medo, sobretudo quando estamos diante de algo que não podemos prever ou explicar. O que não é normal é nos deixarmos anular pelos nossos medos, como se eles fossem uma prisão mais efetiva do que qualquer gaiola.

As barras são um indicativo de que você está fisicamente preso, detido, enclausurado... Os seus medos não! Nada o impede de transpor as suas limitações e enfrentar os seus receios.
Os limites do corpo, espaço, tempo, representam prisões reais, impossíveis de se transpor. Os limites da mente, do espírito, são facilmente sublimados pela nossa força de vontade.

Claro, não devemos nos deixar levar por esse discurso para criar mais limitações além daquelas que já existem. Mas, por outro lado, também não devemos nos esquecer que o medo é algo "humano, demasiado humano" e, portanto, não pode ser vilanizado.

A propósito: estranhei o fato do professor Ghiraldelli não ter mencionado o Estado como uma entidade castradora das nossas liberdades. Justo o Estado, que está sempre criando instituições para nos vigiar e punir.

Foucault deve estar se revirando no túmulo com tamanha omissão!

... disse...

To frustada não é que é verdade "o medo de ser livre é o que nos aprisiona", NOSSA essa foi pra mim. Amei o blog e amei a postagem!!

Rodrigo Braga disse...

Obrigado Amanda, obrigado Thiago, Obrigado Flávio e Obrigado Claudio.