Desvio
Nāo fui eu!
E o gosto fétido de escarro na boca
Poucos segundos para refletir
Com pensamento e voz rouca
Quando é hora de engolir ou de cuspir
Digerindo lentamente adentra o corpo
Aceitando o repugnante ingerir
Ou arremessando afora o mau todo
Enganando-me que posso até sorrir.
É assim a nossa culpa
Anulando o nosso decidir
Engolir ou cuspir nunca nos ajuda
Evitar esse nosso dúbio sucumbir.
6 comentários:
poesia de verbo ácido ao lado do velho caetano e seus gritos errados
O fel escorre pelos lábios,basta decidirmos ou não engolí-lo.
Bjs!
Rodrigo
Adorei os seus fortes versos, matéria para reflexão. Tema pesado, que você conduz como bem quer: tem a chave!
Fiquei felicíssima com sua visita e com seu simpático comentário! Ter você entre os seguidores do espaço é uma honra muito grande!
Obrigada!
Abraço
Obrigado pelas palavras. Zélia, honrado fico eu com sua visita. Também com a visita da Carol, dona de um blog ousado, inteligente e muito bem humorado. Obrigado Ediney, Caetano não poderia faltar nessa reflexão sobre esse mal que nos assombra e é instrumento de manipulação: A culpa.
Como já esclarecido hoje, não achei justo manter o comentário que tinha feito antes a respeito de relações entre poemas.
Porém, mantenho a visão sobre este: linguagem agressiva e com fôlego. O que acho bacana quando retrata que a poesia não é uma obra a base da "apnéia" da inspiração. O teor naturalista desperta no leitor o nojo, que se levado ao nojo da culpa, o faz um belo poema.
F.M.
Engraçado... Andei escrevendo sobre culpa também.
Ela é assim mesmo, não? Aceitá-la é um repugnante ingerir.
Forte!
Beijocas
Rossana
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