Amar alguém só pode
fazer bem
Não há como fazer
mal a ninguém
Mesmo quando existe
outro alguém
Mesmo quando isso
não convém
Amar alguém só pode
fazer bem
É coisa que acontece
sem razão
Embora a soma cause
divisão
Amar alguém só pode
fazer bem
Não se decide amar e
nem a quem
Ninguém comanda a
tentação que tem
O cupido não divulga
quando vem
Deixando o alvo
tenro e sem porém
Seja uma pessoa só
ou um harém
Se não existe algoz
e nem refém
Amar alguém só pode
fazer bem
Amar alguém não tem
explicação
Não há como conter
um furacão
Os corpos vivos
sofrem atração
Apaixonados não têm
coração
Amar alguém só pode
fazer bem
Mesmo se fizer mal
também
A eternidade nunca
diz amém
Querer acaba quando
já se tem
Amar é só continuar
querendo
Embora cause tanto
sofrimento
Amar alguém só pode
fazer bem
Amores vão embora,
amores vêm
Amores vãos, amores
para sempre,
Se nosso corpo todo
vem do ventre
Amar alguém só pode
fazer bem
Mesmo que comentem e
condenem
Mesmo que destratem
com desdém
9 comentários:
o AA é de fato icônico.
Sem dúvida Ribeiro.
Amigo Rodrigo
Nota mil para você, que não erra! Belíssimo post! Quem não vai se alegrar com Arnaldo Antunes?
Grande abraço!
Oh zélia! Muito obrigado! Adoro quando vejo que tem algum comentário seu aqui. Sempre abrilhanta as postagens!
Arnaldo é um poeta contemporâneo,realista e não sei porque identifico um 'quê' de poesia marginal.
Nesta semana o magnífico Paulo Moura nos deixou.Acorde triste e dissonante!
Beijos procê,uai!
Ai Carol nem me fala! Estive com o Grande Paulo há menos de dois meses e consegui (enfim!) dizer a ele o quanto sua música era significativa (tantas coisas queremos dizer e faltam palavras...). Muito gentil e dono de um sorriso humilde ele ficou tímido! Senti a morte dele e aproveito sua lembrança para uma breve menção. Posteriormente vou fazer uma postagem homenageando essa doçura que nos abençoava enquanto soprava seu clarinete. Quanto ao Arnaldo, sim acho marginal também. Não existe nada mais marginal que buscar a liberdade e isso ele faz o tempo todo em seu trabalho.
Um beijo enorme e obrigado pela visita.
Arnaldo Antunes é o rosto da poesia atual. Não há discussão de liberdade quando o teor é a experimentação. Há muito tempo, por iniciativa de grandes movimentos, e aí se destaca o modernismo mais radical, a poesia desce do Monte Parnaso, se afasta de seu estatuto de "A escolhida", pra cair na mão curiosa. Como qualquer ruptura que traduz um choque estrutural, e por sua vez permite novos atores, num primeiro momente é desastroso. Mas que por naturalidade, a poesia chega as mãos de um curioso de muito talento, pode ser experimentada em todas as suas faces, por alguém que realmente a conhece, mas nem por isso a canoniza. Arnaldo Antunes é natural.
F.M.
Disse recentemente no twitter: "O amor é possível, eu sei! Só não é fácil." e como não pensar o contrário? abs meu caro!
É isso aí Flávio! E [rod] Obrigado pela visita e apareça mais vezes!
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