quinta-feira, 15 de abril de 2010

Féféréféfé

Este mês de abril dedico todas as postagens a São Jorge. É um mês onde reflito sobre a fé. Não tenho religião específica, minha religiosidade é fruto de tudo que passei e dos lugares onde andei e vivi. Refletir sobre a fé é algo que não é exclusivo meu, acredito que todos os leitores passem pelos mesmos dilemas. O nome do poema é Féféréféfé, pois é um cantar da minha infância, brincava cantando com as palavras monossílabas, sempre gostei da sonoridade delas.


Essa noite tive um sonho
Acordei suado  
Era um sonho medonho 
Levantei pálido 
Como garoto bisonho 
Olhei para o lado 
Era um tal Santo Antônio 
Que me mandou um recado

Outro dia estava perdido
E o céu escureceu 
Sem minha mãe eu menino 
Nem sabia o que era Deus 
De grande fiquei pequenino 
Quando um guerreiro me socorreu 
Pediu que eu tomasse tino 
Subiu no Cavalo e deu adeus

Ainda hoje me pergunto 

Para que existe a fé 
Religião só dá tumulto 
De Jesus, Oxalá ou Maomé 
O Kardec explica tudo 
E não sabe como é 
Vejo que apenas para os corações puros 
É reservado um bocado de axé!


Um comentário:

Flávio Morgado disse...

Bela mensagem.
E gostei do título, que remete à uma sinceridade infantil, o que se encontra muito bem na exploração visual do poema. De fato, eu imaginei cada cena, e gosto disso, é a força da metáfora, da poesia, já intrínseca nos orixás, energias que sempre fui fascinado e admirador.
E depois de 23, o ano é nosso!