quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Confronto


"Fragmento de um diálogo de uma peça que estou preparando".

(Poema para duas vozes)

Já não sou a mesma mulher
A vida vale quando se quer
E com você não quero mais
Ser essa outra mulher

Só se é outra mulher quando se quer
Não amei Carol, Eva ou Ester
Amava a antiga mulher
Que queria viver o quanto puder

Não há reconhecimento quando chega o fim
Ando triste e você nem olha para mim
No seu mundo de certezas e de sofá
De esportes, política e bar

Não tenho culpa se não há sorrisos
Muito menos se não há amigos
A vida vale sim
Por isso não entregue ela para mim

A culpa sempre é toda minha
Nunca foi diferente
Pobre da mulher que sente
Que nega sua natureza e não mente

Não existe vítima e algoz
A vida é linda quando somos nós
É o seu deixar para depois
Um mais um definitivamente é dois

A vida vale sim
Não venha entregar ela para mim
Sim, a vida vale sim
Não venha roubar ela de mim

Temos que ter essa conversa?
Das palavras que evitamos?
Será o fim da controvérsia?
Será que nos amamos?


Quanto tempo ainda temos?    Quanto tempo ainda temos?
5 minutos ou a vida inteira?     5 minutos ou a vida inteira?
Dá tempo de ir à feira?                 Dá tempo de ir à feira?
Está vazia a geladeira!                   Está vazia a geladeira!

 

3 comentários:

Machado de Carlos disse...

Sensacional a sua peça. É o que realmente ocorre em nosso quotidiano.
Parabéns, pela bela escrita!

Meu amigo, muito obrigado pelo seu comentário sobre o meu soneto; É Noite!
Realmente os meus poemas são a soma de momentos subjetivos.

Um Grande Abraço!

Machado de Carlos disse...

Gilberto Gil já dizia:
— Este samba vai para João Gilberto e Caetano Veloso!

Belíssima escolha!

Anônimo disse...

Massa! Adorei!

Beijo.