terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Máquina de Fazer Poemas

A máquina de fazer poema às vezes para
Por isso o Poema pode até ser de encomenda
Mas nunca com hora marcada

A máquina não é a álcool ou gasolina
                                                     Prozac
                                                              Morfina
Em arte o start se dá no momento
Que uns chamam de inspiração
                                            Outros
                                                    Alumbramentos
E a aspiração do poeta
É tão somente a tradução desse acontecimento
Já chamei um técnico
Tentei eu mesmo consertar
Sei que não é ético
Mas procurei ajuda no Bar

Todos tinham um dizer
Ninguém o solucionar

Sem saber aonde ir
Sem saber o que buscar
Pensando em sumir
Pensando em gritar

E em um canto
                      Escondido
Desse mesmo bar
Com sua caninha
                          Um velho a me olhar
Barbudo e descabelado
                                Sorriu
                                       E proferiu 
                                                    Sem pestanejar:
“Meu filho, não adianta fugir ou tentar reparar
A máquina de fazer poemas funciona quando tiver que funcionar!”

26 comentários:

nydia bonetti disse...

Teu poema me fez lembrar RECEITA DE POEMA, de Antonio Rezende:

não force o verso, filho

pra fazê-lo
não carece zelo
nem bula careta
dicionário

o poema é sujeito vário
que nenhum gramático publicou

o poema é o facho
o fogo
o incêncio nos olhos

Abraço, Rodrigo!

Pedro Wisik disse...

"Pega papel e amassa, pega papel e amassa, pega outro e arremesso...dias depois cagando sai o verso."

Brincando vi fazer certa vez esses versos!

Seu poema manda bem falando que nem adianta forçar a arte, parece que pescamos no ar.

Gosto especial para versos como "Em arte o start" e a rima de técnico com ético.

Machado de Carlos disse...

Muiiiito bommm Parabéns!

Um poema genial!

Um Abraço! Salve!

Machado de Carlos disse...

João Nogueira! Gente boa! Bons tempos...

Anônimo disse...

O poema é a busca, "o início, o fim e o meio".

Gostei daqui! =)

Beijo!

Machado de Carlos disse...

Você escreve otimamente bem. Belo. Só sei que todos, de uma forma ou de outra, ama a poesia. Vemos a poesia em uma pintura. Vemos a poesia em uma música, que para ser música precisou de uma poesia e conseqüentemente de um poeta para fazer a letra.
As músicas que estão na boca do povo, seja esse ou aquele gênero preferível, são poesias claras. Ao ouvirmos de Roberto Carlos, Chico Buarque, João Nogueira, o pessoal do REP ou qualquer sertanejo, são frutos de uma poesia. Cada um ao seu gosto, enfim.
Em qualquer canto do Planeta alguém canta alguma música, mesmo que seja dentro de um banheiro!
Então é uma ordem: — Escreva sempre! (Risos!...)

Rafaelle Benevides disse...

Oi, Rodrigo. Obrigada pelo elogio às minhas humildes poesias rsrs E que delícia de ver esta tua poesia, a imagem da máquina de escrever é maravilhosa, lembra-me minha infância. Não era nada prático, mas hoje em dia parece tão romântico! =) Abraços.

Márcio Ahimsa disse...

Sabio velho.

Abraço.

Carol Sakurá disse...

Alumbramentos em versos e prosa!

Adorei,Rodrigo!


Abs!

Luiza Maciel Nogueira disse...

muito bom mesmo, de um lirismo impressionante

beijo

Batom e poesias disse...

É Ro, sei bem desses momentos em que o verso encalha...
Mas espera, oa poesia tem alma própria e ela volta, sempre volta pro poeta.
Lindinho.
bj

Rossana

Zélia Guardiano disse...

Simplesmente espetacular, meu querido Rodrigo!
Você colocou aqui, exatamente, como acontece...
Quando a máquina emperra, não adianta ficar martelando...rs... É coisa delicada...
Adorei, meu amigo!
Show!!!
Grande abraço para você!

Nath disse...

Cara, é assim mesmo. Quando você não tem inspiração não adianta.
Adorei o poema!!!! =)

Rodrigo Braga disse...

Nydia é uma honra seu comentário!

Antonio Rezende certamente foi além, acho que todos nós já estivemos com a máquina emperrada em algum momento.

Rodrigo Braga disse...

Machado,

Você que é um poeta que trabalha tão bem sonetos me prova ainda que é de uma generosidade absurda. Seguirei sua ordem sem pestanejar! Seja na palavra cantada, escrita ou quem trabalha com qualquer linguagem independente do estilo é arte. Cada um vivendo dentro da sua verdade, não existe competição em arte! Cada qual que se expressa e quem lê e consome a arte sem um fim que não seja o comercial vulgar merece todo respeito. Novamente agradeço a gentileza de seus comentários e são especiais de verdade.

Viva a arte!

Rodrigo Braga disse...

Pedro,
Certamente quando Raul inventou a expressão Maluco Beleza estava pensando em vc.

Bjos!

Rodrigo Braga disse...

Lara: Sempre é uma busca, tal qual a vida.

Escafandrista: Acho romântica também e a pouco ganhei um modelo de presente.

Marcio: Gentil visita, a vida é repleta desses velhos!

Carol: Simples e maravilhosa visita

Luíza: Obrigado pela generosidade.

Rodrigo Braga disse...

Rossana: Ela é como um gato ou um pássaro que sai e retorna quando quer.

Ainda bem!

Rodrigo Braga disse...

Zélia, nem sei o que dizer.

Só digo que vindo de você sinto-me honrado.

Anônimo disse...

Extraordinário o poema!! Além de tudo conVersando com o vídeo, que deu o tom exato.

Já estou seguindo o blog há um tempo, Rodrigo, e cada vez mais me identifico. Começo, aliás, a me sentir em casa aqui. Gosto demais do título e desse visual ao fundo, os azulejos... Parabéns e continue este trabalho bonito aqui.

Se me permite apenas uma crítica, acho desagradável a animação aqui ao lado sob o título "dou o sangue pelos meus escritos". Ela é agressiva e não combina com a atmosfera dos teus poemas, eu penso. Reflita a respeito

Um abraço e até a volta.

aluisio martinns disse...

maquina que maquina sentimentos e por vezes emperram nas letras que ante-cedem os versos, empregam o ritmo da alma sem conserto, e melhor que nao haja, poeta é um ser dis-torcido, tecendo mundos oniricos e melhores por isso.
muito bom poema, poeta
abs

Rodrigo Braga disse...

Marcio! Fico feliz por se sentir em casa e sempre a idéia dos vídeos é dialogar com os poemas. Fico grado pelas palavras de incentivo.

Quanto a animação tenho pensado nisso já algum tempo depois de um comentário de uma menina que foi ler um poema infantil aqui. Posso dizer que suas palavrinhas me causaram um aperto no peito, aquilo foi uma facada em meu coração.

A animação foi uma sugestão de um amigo que na hora gostei pelo aspecto irônico e metafórico. A idéia de que o poeta sangra pelos versos que nem concordo tanto assim, pois acho um prazer escrever. Mas também acho agressiva e tenho pensado pois acho que além de não combinar com o blog e não combina comigo.

Provavelmente devo tirá-la. Obrigado pela visita e pela opinião!

Rodrigo Braga disse...

Obrigado Aluísio!
Seu comentário foi riquíssimo em conteúdo e estética!

Apareça!

Anônimo disse...

Rodrigo, que bom que entendeu o espírito do meu posicionamento. O aperto no teu peito é o sinal de que eu tinha razão e a imagem não combina mesmo com a tua delicadeza, poeta. Informação visual é sempre forte, eu penso, pois fica registrada no inconsciente. O teu blog, além do conteúdo poético é visualmente bonito, por isso te dei o toque.

Um abraço e fique bem.

L.S. Alves disse...

Gostei muito. Um poema que fez-me sorrir.
Um abraço moço.

Rodrigo Braga disse...

Obrigado Marcio!

L S Alves o melhor da vida é sorrir!!!

Voltem sempre!