sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Eu sei que sou cheio de defeitos
A coisa mais difícil é homenagear pessoas especiais. Pelo menos para mim, quanto mais se ama, mais eu me cobro em relação ao que escrevo. Talvez por isso nunca fiz um poema dedicado só para minha filha. Esse escrito dedico a minha Carol, não uma Carol qualquer, mas a mulher que considero ser um pedaço de mim. Não sei se é bem um poema ou uma letra de música. Na verdade sinto como algo entre os dois, algo único, como meu sentimento por ela. Termino agradecendo aos céus por ter esse amor em meu peito, pois ele que me move.
Eu sei que sou cheio de defeitos
Eu talvez não seja do jeito que você sonhou
Nos caminhos incertos da vida
Seguimos a trilha que o Mestre mandou
E nessa estrada, por vezes ensolarada,
E outrora escura onde a lua minguou
Fui escolhido para viver contigo
Sou aquele por quem você se apaixonou
Já você...é do jeitinho que eu sempre sonhei
Percebi logo e me apaixonei
Viver para sempre eterno amor
Já procurei palavras para te descrever
Imagens que me remetam a você
Inutilmente, pois desvaneceu, se dissipou
Sempre disse para ser mais você
E então numa noite contemplando seu ser
Carinhosamente te chamei...minha flor
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
O Pequeno príncipe
Novo visual no blog feito para coroar uma nova fase e receber essa poesia que fiz com tanto carinho. Adoro esses azulejos e esse clima de bar e subúrbio! O blog que já tinha minha alma e enfim está também com a minha cara!
Devo isso ao artista e compositor "Netinho da Mangueira", grande amigo e grande artista. E essa nova poesia é um presente a todos que constantemente podem repetir: "A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida". Tal frase do poetinha define muitos momentos na nossa vida. Hoje ela sai de mim com um prazer enorme quando lembro de outro amigo no qual pude construir uma grande amizade por conta de diversas afinidades. Receba esse humilde agrado Flavio Morgado, o Pequeno Príncipe da nossa poesia!
Pensava que humanidade tinha cheiro de cocô
Quando minha nave louca enguiçou no céu
Tive certeza que a vida era um horror
Resolvi relaxar assobiando um samba de Noel
Comecei a viajar nas minhas esquisitices
Fazer versos sempre foi minha peraltice
E apareceu um parceiro pondo dedo em riste
Muito prazer Rodrigo! Eu sou o Pequeno Príncipe!
Sua presença coloriu todas as rimas
E eu perdido, totalmente solto ao léu
Ele disse que veio de Brás de pina
Rumo ao Bairro da Princesa Isabel
Estranho observar um Príncipe tão pequeno
De talento grande e olhar calmo e sereno
Falávamos do poetinha e do outro poeta chileno
Ele também tinha provado da poesia todo seu veneno
Colocou-me de volta ao rumo do amor
Mostrou que nem tudo na vida é fel
Hoje neste poema exalto com louvor
O PEQUENO PRÍNCIPE de Vila Isabel
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Adendo
Poesia escrita em homenagem ao majestoso poema Autopsicografia de Fernando Pessoa. Trata-se de uma singela homenagem de um entre muitos que admiram esse gênio da literatura Portuguesa.
Autopsicografia
(Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Adendo
(Rodrigo Braga)
O Comboio de cordas é tão intenso
Por dizer o que calo, por dizer o que penso
Reconheço-me um fingidor e portanto
Vou do finjo que finjo ao fingir de Fernando
E o que vale mais a pena de se ver?
A dor que se escreve ou a dor que se crê?
É tão mais cômodo ao poeta
Deixar a dor para quem for ler
Não importa o que sou ou o que pareço ser
O que queremos é tocar, é entreter
Pois o escrito para ser bonito
Tem que ser sofrido mesmo sem doer